Monday, February 26, 2007


A arte de ser feliz

Houve um tempo em que minha janela
se abria sobre uma cidade que parecia
ser feita de giz. Perto da janela havia um
pequeno jardim quase seco.
Era uma época de estiagem, de terra esfarelada,
e o jardim parecia morto.
Mas todas as manhãs vinha um pobre
com um balde e, em silêncio, ia atirando
com a mão umas gotas de água sobre
as plantas. Não era uma rega: era uma
espécie de aspersão ritual, para que o
jardim não morresse. E eu olhava para as plantas, para
o homem, para as gotas
de água que caíam de seus dedos
magros e meu coração ficava
completamente feliz.
Às vezes abro a janela e encontro o
jasmineiro em flor. Outras vezes
encontro nuvens espessas. Avisto
crianças que vão para a escola. Pardais
que pulam pelo muro. Gatos que abrem
e fecham os olhos, sonhando com
pardais. Borboletas brancas, duas a
duas, como refelectidas no espelho do ar.
Marimbondos que sempre me parecem
personagens de Lope de Vega. Às
vezes um galo canta. Às vezes um
avião passa. Tudo está certo, no seu
lugar, cumprindo o seu destino. E eu me
sinto completamente feliz.
Mas, quando falo dessas pequenas
felicidades certas, que estão diante de
cada janela, uns dizem que essas coisas
não existem, outros que só existem
diante das minhas janelas, e outros,
finalmente, que é preciso aprender
a olhar, para poder vê-las assim.




Cecilia Meireles

Wednesday, February 21, 2007



O que é o Amor?

Existe muita gente que defende que o amor, não e mais que uma mera reacção química e de hormonas entre duas pessoas.
Aqui está uma dessas explicações que eu ao pesquisar para este post encontrei: “O desejo sexual é potencializado pela dopamina, uma neurohormona produzido pelo hipotálamo que provoca a libertação de testosterona, hormona que desperta o desejo sexual. O amor é uma sensação de união que é reforçada pela presença de ocitocina, que é sintetizada no hipotálamo e segregada no sangue pela pituitária. Nas mulheres, a ocitocina estimula as contracções do parto, lactação e amor maternal. Tanto em homens quanto em mulheres esta aumenta durante o sexo e explode durante o orgasmo, tendo influência na união do casal.”
E depois existe, claro, a versão que todos nós meros mortais acreditamos, que amor é um sentimento sem explicação e que simplesmente se sente. Nada mais, nada menos. Bem não e bem assim, porque quem já amou, sabe que este sentimento traz consigo muito mais que felicidade. Agora diga-me, qual e a verdadeira definição do amor?
Não duvido que hormonas estejam envolvidas no crescimento e aparecimento deste sentimento a que chamamos amor, mas nada me tira da cabeça que não e só disso que o amor cresce, e aparece e desaparece. Senão como explicar o fim do amor, como explicar que hoje amas uma pessoa e que daqui a uns tempos esse amor desaparece.
Não sei, mas para mim, o amor é algo inexplicável, belo, que nos faz rir, chorar, desejar, amar, e querer estar com uma pessoa para sempre.

Fontes: Wikipedia; www.gluon.com.br

Sunday, February 18, 2007


The Tide Rises, The Tide Falls

The tide rises, the tide falls,
The twilight darkens, the curlew calls;
Along the sea-sands damp and brown
The traveller hastens toward the town
And the tide rises, the tide falls.


Darkness settles on the roofs and walls
But the sea, the sea in darkness calls;
The little waves, with their soft, white hands,
Efface the footprints in the sands
And the tide rises, the tide falls.

The morning breaks; the steeds in their stalls
Stamp and neigh, as the hostler calls;
The day returns, but nevermore
Returns the traveller to the shore,
And the tide rises, the tide falls.


Henry Wadsworth Longfellow (1880)

Friday, February 16, 2007



Olhando o mar, sonho sem ter de quê


Olhando o mar, sonho sem ter de quê.
Nada no mar, salvo o ser mar, se vê.
Mas de se nada ver quanto a alma sonha!
De que me servem a verdade e a fé?
Ver claro!


Quantos, que fatais erramos,
Em ruas ou em estradas ou sob ramos,
Temos esta certeza e sempre e em tudo
Sonhamos e sonhamos e sonhamos.


As árvores longínquas da floresta
Parecem, por longínquas, 'star em festa.
Quanto acontece porque se não vê!
Mas do que há pouco ou não há o mesmo resta.


Se tive amores? Já não sei se os tive.
Quem ontem fui já hoje em mim não vive.
Bebe, que tudo é líquido e embriaga,
E a vida morre enquanto o ser revive.


Colhes rosas? Que colhes, se hão-de ser
Motivos coloridos de morrer?
Mas colhe rosas.
Porque não colhê-las
Se te agrada e tudo é deixar de o haver?
Fernando Pessoa

Wednesday, February 14, 2007


Existem diferentes versões sobre a origem do dia dos namorados.

É bem provável que a festa dos namorados tenha sua origem num festejo romano: a Lupercália. Em Roma, era habito os lobos andarem perto das casas, o povo romano, para sua proteccão invocava assim um deus, Lupercus, para manter os lobos distantes. Por essa razão, era oferecido um festival em sua honra no dia 15 de Fevereiro. Nesse festival, era costume ecrever os nomes das meninas romanas em papel colocando-os em frascos. Cada rapaz retirava um papel e a menina escolhida deveria ser a sua namorada por todo o ano.
Nos EUA e na Europa, o Valentine’s Day ou Dia dos Namorados e a 14 de Fevereiro, em homenagem ao Padre Valentine. Em 270 a.c., o bispo romano Valentino desafiou o imperador Claudius II, ao continuar a realizar matrimónios, os quais o imperador teria proibido, pois para Claudius, um novo marido significava um soldado a menos. Foi então, preso e condenado a morte. Enquanto esperava a sua execução, Valentine apaixonou-se pela filha cega do guarda da sua cela, Asterius. Esta, como que por milagre recuperou a visão. Aquando da sua execucao, Valentine para se despedir escreveu-lhe uma carta de amor. Dai surgiu a expressão que ainda hoje se utiliza em inglês "From your Valentine". Embora, fosse considerado como santo devido ao milagre que dizem ter feito, Valentine foi executado a 14 de Fevereiro.
Desde tempos bíblicos, o 15º dia do mês hebreu de Av tem sido celebrado como o Feriado do Amor e do Afeto. Em Israel, tornou-se o feriado das flores, porque neste dia é costume dar flores de presente a quem se ama. De certo modo, era um pouco semelhante ao velho sistema de castas na Índia. O 15 de Av tornou-se o Feriado do Amor, um feriado judeu reconhecido durante os dias do Segundo Templo. Em tempos bíblicos, o Feriado do Amor era celebrado com tochas e fogueiras. Hoje em dia, em Israel, é costume enviar flores a quem se ama ou para os parentes mais íntimos. Nos últimos anos a importância do feriado aumentou. Canções românticas são tocadas na rádio e festas 'Feriado do Amor' são celebrados à noite, em todo o país. (Jane Bichmacher de Glasman, autora do livro "À Luz da Menorá").
No Brasil, a origem da data é menos romântica. Alguns atribuem na a uma promoção pioneira da loja Clipper, realizada em São Paulo em 1948. Outros dizem que o Dia dos Namorados foi introduzido no Brasil, em 1950, pelo publicitário João Dória, que criou um slogan que dizia "não é só com beijos que se prova o amor". A intenção de Dória era criar o equivalente brasileiro ao Valentine's Day - o Dia dos Namorados realizado nos Estados Unidos. É provável que o dia 12 de Junho tenha sido a data escolhida porque representa uma época em que o comércio de presentes não fica tão intenso, ou porque e a véspera do dia de Santo António, o santo casamenteiro. A idéia funcionou tão bem para os comerciantes, que desde aquela época, o Brasil inteiro comemora anualmente a data.


(Fontes: Revista Época, edição 160/2001; IBGE Teen e Revista Eletrônica Rio Total, Lilian Russo, Origem do dia dos namorados)

Uma historia do Dia dos namorados

© Laurie Weiss, Ph.D.


Ao ver o dia dos namorados a aproximar-se, Allison, estava cada vez mais inquieta. Será que o Steve se lembraria este ano? Nos 15 anos que estavam juntos ele nunca lhe tinha dado os seus chocolates favoritos NO dia dos namorados. Geralmente, apareciam, uns dias depois, mas ela queria-os como presente do dia dos namorados. Já a varias semanas que ela lhe dava a entender: “Adorava ter chocolates no dia dos namorados”. Ela tinha tido tantas oportunidades de o lembrar que o dia dos namorados estava perto que de certeza que este ano ele não iria errar de novo.
O dia dos namorados passou e pelo 15 ano consecutivo nada aconteceu. Allison ficou desiludida. Contudo no dia a seguir, Steve deu-lhe uma caixa enorme de chocolates. Na seguinte sessão da sua terapia, Allison contou o seu dilema. “Porque será que ele nunca acerta? Ele sabe que eu gosto de chocolates, e ele compra-mos. Então porque não mos compra no dia dos namorados?”
Depois de terem pensado por uns minutos, decidiu que o Steve tinha boas intenções, mas que devia de haver algo de errado com a comunicação entre ambos. Decidiu que dar a entender, não estava a resultar e que teria de adoptar uma nova estratégia. Uma noite depois de jantar perguntou-lhe se poderia falar c/ ele. Então, explicou-lhe o quão desiludida tinha ficado quando ele não lhe tinha oferecido chocolates pelo dia dos namorados. Ele ficou espantado. Ele explicou-lhe que sabia que ela gostava de chocolates e que lhos comprava no dia a seguir ao dia dos namorados, porque ai estava em saldo e que com o mesmo dinheiro podia comprar-lhe o dobro. Ele não sabia que para ela era assim tão importante receber –los como presente do dia dos namorados.
Ela explicou-lhe então que nos 15 anos que estão juntos, sempre esperou que ele fizesse algo para tornar o dia dos namorados romântico, nem que fosse só com um presente. Ela lembrou-lhe de todas as vezes que lhe deu a entender, de todos os cartões que ela lhe ofereceu, mas que nada aconteceu. Ele ficou admirado. “Eu nunca soube que tu querias algo, ate que tu me começaste a falar dos chocolates. Assim que eu me apercebi do que tu querias, fui comprar para ti.”. Por esta altura, já Allison chorava. “Não posso acreditar que tudo isto se passou por falta de comunicação entre nos.”
Steve disse-lhe: “Eu não te posso ler a mente, diz-me simplesmente o que queres, que eu com o maior gosto to darei. Só quero ser feliz. Nunca soube o que estava a fazer de errado. Parece que não consegui entender o que me estavas a tentar dizer. Allison, então, pediu-lhe: “Para o ano, compras-me chocolates no dia dos namorados? E eu quero mesmo NO dia dos namorados!” Steve fez então, uma anotação no seu calendário, e Allison, não perguntou que fazia.
No ano seguinte, NO dia dos namorados, Allison, recebeu uma caixa grande de chocolates, um cartão romântico e uma dúzia de rosas. Ficou em delírio completo.
A moral desta história, meus amigos, e que a leitura de mentes e uma arte muito inexacta. Para a próxima que ler as mentes não esteja a funcionar consigo, tenha uma conversa c/ a pessoa com quem deseja deixar as coisas claras, e tenha a certeza que esta o entendeu. Pode ser que seja surpreendido com o resultado.


Monday, February 12, 2007

Ganhou o Sim!!! Finalmente vamos no caminho certo!!!


Hoje decidi colocar dois artigos da declaração dos direitos humanos, para elucidar certas mentalidades sobre os direitos que nos as mulheres temos o direito de decidir o que fazer c/ os nossos corpos, e especialmente que temos o direito de expressarmos as nossas vontades, direitos, preocupações e de sermos respeitadas.

Artigo XVIII
Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada ou coletivamente, em público ou em particular.

Artigo XIX
Toda pessoa tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e idéias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras.

Tuesday, February 6, 2007

Forca Portugal!!!!!!!

Hoje, uma vez mais como tantas outras, a nossa seleccao mostrou a verdadeira garra de Portugal, ao vencer o Brasil por 2 a 0 num jogo amistoso. Numa primeira parte em que o nosso jogo estava um pouco fraco, sim claro, atacamos e defendemos bem, mas faltava algo, como que uma magia. Esta magia chegou na segunda parte, uma equipa mais forte no ataque e mais concretizadora. E verdade tambem que o Brasil tinha uma defesa bastante concisa o que nos dificultou a vida um pouco. Mas finalmente atraves de um passe de Quaresma e dos pes de Simao, chegamos ao primeiro golo do jogo. O segundo golo chegou atraves dos pes de Ricardo Carvalho que curiosamente pouco antes de o marcar teve um engracado e curioso comentario para o treinador Scolari:
«O Ricardo Carvalho estava tocado e ia ser substituído. Mas, como tínhamos um lance a nosso favor, pedi-lhe para aguentar um pouco e subir um bocadinho no terreno. Ele disse: 'Ok, mister, vou só ali marcar um golo, então'. E marcou mesmo. São coisas do futebol.»

Como diz Scolari, coisas do futebol. Ja agora que estas coisas do futebol, acontecam muitas mais vezes.
Apenas tenho uma coisa mais a dizer: Parabens e Obrigado!!!!!

Monday, February 5, 2007



Silver

Slowly, silently, now the moon
Walks the night in her silver shoon;
This way, and that, she peers, and sees
Silver fruit upon silver trees;
One by one the casements catch
Her beams beneath the silvery thatch;
Couched in his kennel, like a log,
With paws of silver sleeps the dog;
From their shadowy coat the white breasts peep
Of doves in a silver-feathered sleep;
A harvest mouse goes scampering by,
With silver claws, and silver eye;
And moveless fish in the water gleam,
By silver reeds in a silver stream.

- Walter de la Mare

Sunday, February 4, 2007



Ser Poeta

Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!

É ter de mil desejos o esplendos
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!

É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e cetim…
É condensar o mundo num só grito!

E é amar-te, assim, perdidamente…
É seres alma e sangue e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!
Florbela Espanca


Hoje decidi, colocar o meu poema favorito. Nao sei porque, mas este poema, sempre me tocou aqui dentro. Espero que gostem!!!!